A propósito do Festival Gay e Lésbico de Lisboa

Já este se dirige à sua recta final e a contagem de número de filmes vistos resume-se ao um patético “1”! E AINDA POR CIMA…ao mais comercial deles todos… Sim, o “Brokeback Mountain”… (Que a cólera vingativa dos adoradores pagãos do cinema Indie, não se abata sobre nós!).

Pura falta de tempo e disponibilidade para seguir com a afincada pontualidade o programa do festival, é essa a única razão explicativa.

Digo adeus à curta “Le Fabuleux Destin d’Amélie Putain", que sendo boa ou má (não sei) era o filme que tinha, simultaneamente, o melhor e o mais ridículo titulo do festival. E também ao filme português, “Doutor Estranho Amor” de Leonor Areal, que afinal já conheço à uns tempos. Para quem viu o filme e queira dizer-lhe algumas palavras, pode sempre consultar o seu Blog –» Aqui!


Só um à parte: acho que continua a ser uma tremenda falta de desconsideração chamar ao festival “Gay e Lésbico de Lisboa”, excluindo tanto os bissexuais, como os transexuais, que sempre marcaram presença em todos os festivais que se organizaram. Acho que já era altura de se pensar em re-nomear o titulo do Festival.


Sobre o “Brokeback”… não há muito para dizer, o filme já foi suficientemente escrutinado com mil e opiniões contrárias, e amplamente analisado, tanto no seu sentido artístico e na qualidade de mérito técnico, como na qualidade de produto cultural e sociológico, reflexo de uma nova mentalidade social em relação à homossexualidade.

Portanto, não vou acrescentar mais nada. Nem me apetece!

Agora, se gostei do filme? Gostei de o rever. O Peg é que ainda não o tinha visto portanto só ele poderá dizer qual foi a sua primeira impressão do filme. Eu, ao fim de 4 repetições, já há muito que a perdi. Mas ainda sustenho a minha convicção, contrária a todas aquelas opiniões que dizem que se o filme não fosse de temática homossexual, não teria nenhuma particularidade especial. Seria apenas uma história romanceada, comum a muitas outras. Completamente Errado! Não seria possível contar a história de um romance heterossexual, exposto à mesma igualdade de circunstâncias decorridas no filme. E se lhe falta a visão shakespeariana de um filme “à la Titanic” é porque a história não segue a espectacularidade, mas sim uma vertente real de algo muito perto do verídico. E isso, desculpem dizer-vos, é o que torna o filme belo.

Por mim, muito obrigado Sr. Ang Lee por ter trazido a um público tão vasto uma história de amor tão concreta e simples, igual a tantas outras, mas diferente das demais e que acabou por levar tantos portugueses a irem ver, pela primeira vez, um filme gay.

David Erif

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