Lembra-te - Não há nada que te faça sentir mais vivo do que criares alguma coisa ou ajudares alguém

Ao desenvolver este hobby pelo desenho e pintura aprendi algo que gostaria de deixar, para quem ler isto, um conselho para o próximo ano que aí se avizinha: Rodeia-te daqueles que te façam sentir inspirado. Que puxem em ti a vontade de ser melhor em tudo aquilo que faças.

Deixo os retratos da Rita e da Ângela, respectivamente. Já os teria colocado antes senão tivesse estado à espera do Jantar de Natal cá de casa para ter a oportunidade de os oferecer como surpresa.





Virando a página,

À umas semanas atrás, tive a felicidade de receber pelo correio uma carta de Angola. No seu interior, um frágil postal azul, feito de um papel reciclado que dir-se-ia ter sido moldado apenas com o uso das mãos. Poderão ver pela foto. Uma escola pintada com tinta d’agua e um nome – Adriano. Lá dentro, a mensagem. “Obrigado pelo dinheiro e pelos livros para a nossa biblioteca. Adriano, 7 anos”
E fiquei ali, surpreso, sorriso nos lábios, com um terrível medo que o frágil postal se desfizesse por tomar algum gesto brusco.
E grato.
Sobretudo grato. À Sara Cacau, por me ter chegado com o pedido de ajuda; à professora que tomou a iniciativa de pedi-la. E ao Adriano. Que não tem noção, mas que com o seu gesto deu-me mais do que eu lhe dei a ele.

Esta é a minha mensagem de Natal, por mais cliché que ela possa parecer: É verdade aquilo que se diz. O que fazes aos outros, fazes também para ti.



Um bom Natal a todos... e um Feliz Ano Novo.

Saldando uma dívida

As fotografias seguintes já são de Outobro passado, tiradas no Porto, em plena discoteca Boys'R'Us por alturas do primeiro encontro internacional das Panteras Rosa.
Já eram para estar aqui à mais tempo mas como já se sabe, por falta de paciência e tempo o blog esteve parado. Sei que pelo menos o João já andou por aqui na expectativa de vê-las e finalmente aqui estão.
Não vale a pena estar agora para aqui a falar do evento que já passou, para além de que o próprio Blog das Panteras trataou disso na devida altura, mas ficam então algumas fotos para o assinalar.
Não podia deixar passar passar o ano sem o fazer.



Não é todos os dias que se tem oportunidade para fotografiar o Boys'R'Us ainda com as portas fechadas






Sérgio Vitorino e Bruno Maia


Raquel Freire e Stéphan



Com o João
Foto Tirada pela Paula (First try)

(2º try)

3º try
Com o Paulo a asfixiar-me...

Untill i took the final picture.

E uma vez que já houve essa assunção antes, convém dizer:
Não. Somos apenas amigos.
Um amigo que a bem dizer, podia passar por Lisboa mais vezes.

Aos inesquecíveis

Há lembranças que não se perdem. E quando voltam, são como uma chama na alma que não nos fazem esquecer o bom daquilo que passou. Mesmo que tenha sido à muito tempo.

[suspiro]

Estou de partida para Bruxelas e Paris. Parto no final da semana. E ontem, ao olhar para as janelas embaciadas com o frio e ao pensar naquilo que tenho de por de parte como bagagem, veio-me, como um sopro, uma vaga lembrança, a imagem da Sílvia. A sempre doce e bela, Sílvia.
Há uma razão por eu ter pensado nela, mas eu já chego a essa parte.
A Sílvia foi o meu primeiro amor. Talvez o grande amor da minha vida pois tudo o que lhe seguiu põe-se noutro patamar.
Foi uma amiga de infância. Um amor infantil. Eu teria 6 quando a conheci. Ela teria 7. Vivíamos no mesmo prédio, no mesmo andar e de frente um para o outro. Trocámos as primeiras palavras num parque, ambos à procura de alguém para brincar. Ela era mais velha, eu era mais novo. Ela era alta, calma e reservada. Eu não passava de um puto traquinas. Poderia nunca ter resultado mas descobrimos que estávamos destinados um ao outro.
As recordações de infância surgem-me como diapasões; ecos fragmentados de imagens, sons e cheiros, sempre desordenados e nunca completos. Mas há coisas que me lembro com uma alegre nitidez. Lembro-me dos saltos dos baloiços em pleno ar para agarrar as nuvens; lembro-me das quedas das bicicletas, dos jogos de escondidas. Da cumplicidade.
Ensinei-lhe a jogar ao guelas e ela em troca ensinou-me como beijavam os meninos da sua idade. Um tímido toque de lábios seguido de um leve roçar de línguas. Algo rápido, doce e de palpitar o coração.
Fiquei desconsolado quando um dia a sua família partiu para irem viver para Bruxelas, levando-a para longe de mim. Os dias que lhe seguiram pareceram passar sem cor. Os sítios e lugares do costume ficaram diferentes e o ânimo só veio quando me acostumei a viver sem ela.
Contudo, ela não desaparecera. Voltei vê-la depois desse dia e sempre tive notícias suas.
As nossas mães são amigas que têm por hábito trocar cartas uma com a outra e pelo menos de dois em dois anos, sempre que a família dela passava por Lisboa ou vice-versa, tinha a oportunidade de a rever. Sempre que isso acontecia algo em mim acendia-se, só com o seu vislumbre ao longe.
Mas os anos foram passando e nós fomos crescendo. A distância atingiu-nos como um vento que divide as águas. A era da net, messenger e mails veio tarde demais. A cada encontro parecíamos mais diferentes um do outro, afastados por um poço construído por duas vidas separadas. Até que nos tornamos um par de estranhos que se conhecem por mera circunstância.
Há cerca de um mês passado, a minha mãe informou-me que a Sílvia casara-se e que fora viver para Bruges, no Norte da Bélgica.
Estando ali, a olhar pela janela para a luz difusa dos candeeiros de rua, apercebi-me que o mais provável é que nunca mais a torne a ver.
E ao pensar nisso, pensei em todos aqueles que por razões que dita a vida, estão ou poderão estar em semelhante circunstância.

E pergunto-me: quantas vezes, ao longo do trilho da nossa existência, isso acontece? Cruzarmo-nos com alguém que numa longa ou breve passagem nos acrescenta algo, mesmo que ínfimo, àquilo que somos e ao modo como vemos as coisas. E depois despedimo-nos, inconscientes do facto que esse foi o último adeus.
Não pensamos nisso, mas acontece. Com mais frequência do que julgamos.

À Sílvia e a todos esses que se foram, numa prece que poderá ser de Natal e sob a forma de um alegre múrmurio, eu digo: Obrigado. Desejo-vos tudo o que há de melhor neste mundo. E se Deus ou o destino nos der a oportunidade, eu espero… espero que nos voltemos a encontrar.

Há Boa e Má Publicidade. Há aquilo que defendemos e aquilo que devemos lutar contra

Não foi a primeira vez que uma campanha de publicidade nacional meteu água ao apostar numa estratégia de marketing que visa promover a discriminação. Isto claro, sempre a par com a promoção de um produtozeco qualquer, seja ele qualquer for.
À uns anos atrás, por altura do euro, era a Galp a incentivar a população a arregaçar as mangas, a gritar pela selecção nacional e a saltar. Sim, a saltar, pois quem não saltasse só podia ser um pane.. e etc e tal.
Com tal slogan, estava a Galp a querer atribuir uma série de predicações pouco dignas à homossexualidade. Primeiro, nomeando-a com uns dos seus epítetos mais ofensivos; Segundo, rebaixando-a pela negativa e pela exclusão ( “quem não salta é..”) como se a mesma fosse algo a desdenhar; e terceiro, a perpetuar o estereótipo de que os gays simplesmente não gostam de futebol, logo estão à parte de tudo aquilo que é “d’homem” e completamente fora de coisas tão heterossexuais como o patriotismo.
Ora, eu sei que a culpa de uma tal acção não se pode atribuir de forma tão directa à companhia que a criou sem primeiro não culpar também uma mentalidade social dominante na qual vigoram todo o tipo de preconceitos latentes de séculos e séculos. No entanto, aquilo na altura afectou-me mais do que se possa pensar.
Sempre gostei de futebol. Jogo-o desde que aprendi a socializar em recreios de escola e a fazer uso das pernas para correr. E no entanto, ali estava a Galp a dizer-me de forma subliminar que aquilo não era para mim e que eu devia era ter vergonha de ser como sou. Para quem acreditava que um dos papéis da publicidade no processo da globalização era o de generalizar conceitos e igualizar padrões sociais, sempre numa perspectiva de integração universal, tal ideia saiu completamente gorada.
Pensei nas centenas de jovens ainda em fase de ajustamento e de adaptação a uma orientação sexual distinta das demais e de como aquilo era propício a lançar mais justificações para se sentirem diferentes e rejeitados. Se pensarmos que a taxa de suicídio dos jovens homossexuais sempre foi três vezes mais alta que a de outros jovens é difícil amenizar a gravidade das consequências que tais acções podem provocar. Isso deixou-me zangado e felizmente não só a mim mas a muitos outros e juntos inundámos as caixas de correio electrónico dos escritórios da Galp com reclamações até que estes se viram compelidos a alterar o anúncio televisivo.
Foi um bom exemplo de como a união, a reivindicação e a persistência andam a par e par com bons resultados. Uma vitória que soube bem.

Agora à umas semanas atrás, os directores de marketing da cerveja Tagus tiveram a brilhante ideia de promover a sua cerveja com o extraordinário slogan “Orgulho Hetero”.
Ora bem, tal frase, simples como é, levantou uma série de opiniões, dissidentes entre si, próprias de uma confronto de convicções.
Eu por mim não partilho da opinião de que tal campanha de publicidade era um verdadeiro incentivo ao ódio e à homofobia. Longe disso. Mas no entanto também não partilho de opiniões como a do jornalista João Gonçalves que escreveu no seu blog que “ no limiar do ridículo, de facto a melhor resposta a um 'orgulho homo' é um 'orgulho hetero' ”.
O que o João Gonçalves não se apercebe é que quando uma minoria se agarra ao conceito de “orgulho” em ser isto ou aquilo, fá-lo por uma questão de visibilidade e de revindicação de igualdades de direitos que não os têm. É como um levantar de braços no meio de uma imensa multidão como que a dizer “Ei! Estou aqui. Não se esqueçam de mim. Sou diferente mas não menos que os outros”. É um orgulho que aclama aceitação.
Quando uma maioria o faz, temos que nos perguntar qual a necessidade com que o faz porque uma vez que está integrada numa sociedade onde a sua ideologia impera, aclama-la é mostrar um sentimento de exclusão para com tudo o que não se insere nos mesmos parâmetros. Inserem-se no mesmo sentido dos slogans alemães dos anos 40 a proclamar “orgulho nazi”.

Portanto eu pergunto, qual era o propósito?

Se a Tagus é uma bebida para heterossexuais, então não é para mim, logo não é para todos, logo é uma bebida elitista que exclui consumidores.
Tudo bem! Se querem delimitar o seu público-alvo isso é lá com eles, pessoalmente só penso que têm a perder.
Mas será que é só isso que fazem passar?
Fazer uma campanha com uma série de imagens de uma juventude “clean”, divertida e feliz e depois rotulá-la e delimitá-la apenas como heterossexual, orgulhosa de o ser, como se não pudesse ser outra coisa é igualmente dizer que os jovens homossexuais são diferentes, estranhos, desenquadrados e fora de todos os conceitos do que é desejável. É um voltar aos mesmos e velhos círculo de perpetuação de preconceitos e criação de estereótipos que nos marginaliza.
O que pessoas como o João Gonçalves ou o escritor Francisco José Viegas que opinou sobre o assunto no jornal de noticias, não compreendem é que não é nada fácil estar a lidar com as repercussões contínuas deste tipo de mensagens que fazem querer crer a ti e a todos os que te rodeiam, que és algo de anormal quando tudo em ti diz precisamente o contrário.
E senhor Francisco José Viegas, não acho que um insurgimento a situações flagrantes deste género, que primam pela exclusão, sejam injustificadas ou atentados contra a liberdade de expressão, tal como não acho que seja preciso vestir a pele de um homossexual para nos identificarmos com qualquer tipo de luta que reclame um pouco de dignidade social ou até humana. Ou é?

Eu por mim aplaudo a Sara Martinho (a.k.a Mrs Cacau) por ter levado a avante ao resto de nós que lhe seguimos, e por denunciar de forma rápida e bem, o caso ao ICAP.
É um outro exemplo de quem não se cala, também não consente.

Ficou por condenar a revista Time out lisboa com a sua campanha “O que fazes em casa é contigo, o que fazes fora... é com a Time Out!” que expôs em cartaz um suposto casal de homossexuais com tendências para o travestismo. Nada de mais, claro, não fosse esse cartaz ter sido promovido com outros que exibem um homem e uma ovelha na cama dando indicação de zoofilia e outros com um homem que esconde um cadáver em vários recantos da casa, sendo que um é uma parafilia e o outro um crime.
A minha questão é porque é a homossexualidade foi posta lado a lado com estes dois conceitos?
Andou a JS a gastar dinheiro com um cartaz enorme no Marquês a promover a igualdade em relação à orientação sexual e veio depois a time out fazer precisamente o contrário para se fazer vender.
Fiz questão de mandar esse reparo à revista mas sem grandes criticas. Afinal de contas a relação não é directa e a revista time out é, apesar de tudo, a única revista dirigida a um público geral que dedica uma secção à homossexualidade, sem discriminações e com uma certa objectividade.
No entanto acho que devo ter exagerado na observância do facto pois mandaram-me uma resposta com um rol de lamentações e desculpas que me fez ficar envergonhado.
Acho que por vezes tenho lata e consciência social a mais.

Só para terminar, uma vez que vem a propósito do assunto fica aqui um dos cartazes que fiz em setembro para o grupo ex aequo Aveiro na sua semana da “diversidade na cidade”. Aparentemente ganhou o prémio de primeiro lugar de um concurso que nem sequer sabia existir.
E já agora, fica também o link para o artigo do Sérgio Vitorino sobre a Campanha da Tagus, que deixou no blog das Panteras -

Novo Layout

A comemoração de um ano de existencia deste blog pedia uma renovação no seu layout. Infelizmente por falta de tempo e paciência a tarefa foi sendo adiada, tal como a entrada de novos posts.
Não vou fazer aqui promessas de emprender-me a partir deste momento num registo mais diário ou constante de posts. Fazê-lo seria comprometer-me a algo que certamente não compriria e por essa razão, não o poderei fazer. Prendo-me sim ao compromisso de continuar a renova-lo sempre que me ditar a vontade e a disposição. Mais não posso fazer.

Agradeço veementemente todas as mensagens e comentários deixados ao longo deste último ano. Infelizmente, para grande infortúnio deste blog, não consegui reave-los no upgrade do blogger. Tinha uma conta com um servidor exterior ao Blogger que me armazenava os comentários, mas agora com a nova linguagem xml... vejo-me grego para conseguir inserir parâmetros de html. O que sei é que estou arrependido de não ter mantido a funcionalidade normal do blogger para começar.
Enfim, de nada vale chorar por leite derramado.
Faz-se uso daquilo que se tem.

"Heil" Ao Presidente do Irão

Dirigente máximo de um dos estados contemporâneos que mais tende a violar os instituídos direitos humanos. Que subsiste no poder sob uma filosofia politica que reprime qualquer liberdade de expressão, acção ou crença. Num regime que perpetua uma lei que define as mulheres como “propriedade” e “indignos” qualquer outro grupo minoritário, étnico ou religioso que não o islâmico.
O mais notório neste tipo de déspotas é extrema convicção das suas palavras apesar de serem sempre desprovidas de qualquer tipo de lógica, justiça ou mesmo qualquer tipo de mérito. As últimas pérolas deste senhor então foram mesmo de cortar a respiração.

“As mulheres no Irão gozam dos mais altos níveis de liberdade” – Sim, excepto terem vontade própria.

“No Irão, não temos homossexuais” – Pois não! Ainda há muito pouco tempo foram executados 20. Num país com 68 milhões de pessoas custa a crer que esses tenham sido os últimos e restantes sobreviventes ou que o irão tenha arranjado alguma forma de identificar e erradicar “in utero” ou pós parto todos os homossexuais que hão-de vir.

“É questionável que o holocausto tenha realmente ocorrido” - Exacto. O desaparecimento dos cerca de 6 milhões de judeus tratou-se de facto do maior rapto por extraterrestres alguma fez feito na história da humanidade.

“O estado de Israel não é legitimo” – Então e o do Irão? Quais são as razões da sua legitimidade?

A estupidez é sempre desesperante quando procura ser credível..


A Tocar Guitarra


Procurando fazer uma Comic Strip

Depois de toda uma adolescência a passar de vez em quando olhos pelas tiras cómicas de Calvin and Hobbes, Dilbert e afins, chegamos a uma certa idade já repletos com o espírito humorístico que aqueles nos proporcionaram e perguntamos a nós mesmos porque não tentar algo do género. Não tentando seguir a via profissionalizante mas mantendo tudo a um nível simples e sem compromissos aqui nasce uma proposta de um cartoon LGBT português que procurarei dar uso sempre que me servir a inspiração e a disponibilidade.



Apresentando o Rikki e o Pride.
Dois amigos inseparáveis que partilham entre si as suas opiniões, experiências e descobertas sobre as suas vidas como homossexuais.

Têm personalidades e feitios completamente opostos e assim vêm nos mostrar que não há maneiras iguais de se ser gay.


Acampamento em Porto Côvo (ilha do Pessegueiro)













Melodia
"Percorremos caminhos estreitos,
Debaixo de céus fumados,
E às vezes mal podemos ver a diferença
Entre a escuridão e a luz.
Mas aquilo que nos mantém vivo
É aquilo em que acreditamos
E o verdadeiro teste que nos é imposto
Surge quando não pudermos ver.

Sabemos que não choverá a toda hora.
E que o céu não cairá eternamente.
E embora a noite sustenha-se por muito tempo,
Os seus rasgos nunca cairão,
Nunca cairão para sempre.

Então pisamos os trilhos interditos,
Numa rebelde demanda em busca,
Da estrada da esperança.
E aclamamos a todos os céus
Para que não nos deixem sós.
Rezamos, tentamos e esperamos lá chegar,
Mas não sabemos ao certo como.



Tudo o que sabemos é que não choverá a toda hora.
E que o céu não cairá eternamente.
E embora a noite sustenha-se por muito tempo,
Os seus rasgos nunca cairão,
Nunca cairão para sempre.

E caminhando juntos gritamos ao mundo:
Sorrimos; não importa o que o dizem.
A vida é bela desta maneira.
Para sermos nós, temos de ser inteiros.
Ser tudo em cada coisa.
Pôr quanto somos, no mínimo que fazemos.
Só assim saberemos,
Como se conquista a felicidade.

Sabemos que não choverá a toda hora.
E que o céu não cairá eternamente.
E embora a noite sustenha-se por muito tempo,
Os seus rasgos nunca cairão,
Nunca cairão,
Nunca cairão para sempre."


Ao Tiago


Como a Democracia faz mover o mundo… dando-lhe uma volta e deixando-o no mesmo lugar.

Hoje, se não se importam, apetece-me falar de Democracia e nesse fenómeno que é a liberdade que cada cidadão tem para exprimir as suas ideias e opiniões.
Para mim, o lugar que mais me fascina quando observo a democracia em acção é a estrada. Na estrada não há descriminação. O automobilista, esse magnífico espécimen da família homo sapiens, não descrimina nem raça, nem sexo, idade, credo ou peso corporal. Quando dirige o seu veículo, em plena harmonia com o que o rodeia, o automobilista apita regularmente aos seus companheiros, dando-lhes indicações técnicas sobre as opções de marcha. Duma forma generosa e saudavelmente enérgica, são comuns indicações verbalizadas tais como "Sai da frente, oh palhaço!", "Prá próxima faz o pisca, oh urso!" ou ainda, " Passa por cima, oh #$%&@!".
Companheirismo, familiaridade, comunhão de ideias e técnicas, enfim, verdadeira harmonia democrática.
Mas não pensem que a democracia se encontra apenas no habitat das nossas estradas. A democracia é sinónimo de generosidade e de ânsia de comunicar. Vejamos os cavalheiros das obras. Fala-se muito na depressão das mulheres. "Ai, sou tão gorda!", "Nunca tenho roupa para me vestir!", "Estes sapatos ficam-me tão mal!, etc e tal…. Sinceramente não entendo o porquê de toda esta depressão. Se tudo o que uma qualquer mulher, de qualquer raça, de qualquer massa corporal, feia ou bonita ... pode e deve fazer, é passear-se por baixo de uma obra. Expressões terapêuticas tais como: "Oh booaaa!", "Boazona!", "Comia-te toda!", entre outras, são tudo o que uma senhora precisa para elevar a sua auto estima e eliminar quaisquer sinais depressivos. Repare-se como os cavalheiros são fraternos, realçando nas damas as sua verdadeiras qualidades espirituais e até expressando a sua própria disposição para se alimentarem dessas mesmas qualidades. E esse serviço à educação linguística é (temos que reconhecer) uma dádiva secundária dos senhores que, entretanto e pelo caminho, também constroem as nossas casas, os nosso edifícios e as nossas pontes. Ou não fossem eles um bom exemplo do que é a democracia em que hoje vivemos...

Ok, ao fim destas linhas já devem de estar a pensar: "Não percebo aonde é que este gajo quer chegar com esta retórica de treta!".

Eu explico.

Tudo remonta à uns meses atrás, num belo dia Inverno, pouco agreste, apesar do céu cinzento, em que dou por mim a deambular por Tomar, com a câmara fotográfica em punho, à procura de cenários bucólicos e caricatos para registar em película… ( “kodac, para mais tarde recordar…”).
De todos esses retratos, o mais melancólico e em sintonia com a época sazonal era o de um edifício com requintes de palacete em pleno estado de
degradação e ruína. Metia dó olhar para aquilo. A pobre casa suplicava por ajuda a quem olhasse para ela com olhos de ver. Portanto, tal como já fiz em outros casos, selei a fotografia em carta e esta foi direitinha para a Câmara Municipal, com uma nota em anexo da morada da casa e uma palavrinhas a dizer mais ou menos algo como “É uma pena o estado deste edifício estar a desfigurar a imagem de uma rua tão bonita. Tomar merecia melhor”.
Avançando uns meses, estou eu novamente em Tomar a passar novamente no local e “surpresa!, surpresa!”, a casa mostra sinais de avanço de obras. Mas algo está errado. Estamos em plena quarta-feira, a rondar umas 16 horas e não há viva alma no local a trabalhar. A interrogação para o facto actua como uma barreira que impede qualquer ideia de se fazer a dança da vitória.
A história que desvenda o caso veio mais tarde pela boca de amigos e parentes. Aparentemente a câmara notou que o edifico era de facto da sua propriedade há já alguns anos e que uma vez que 2007 era o ano do evento da festa dos tabuleiros, esta lembrou-se de realizar algumas obras de fachada naquele edifício para parecer bem aos olhos dos turistas. Até aqui tudo bem.
Ora um belo dia, dois cidadãos democráticos, em situação de entreajuda automobilística e num rescaldo de comunhão de ideias, viram-se de repente os dois, que nem eles próprios sabem como, a democratizar acidentalmente com os andaimes que servem de apoio aos tecnocratas do cimento e betão com a linguagem cavalheiresca.
Resultado, andaimes por ai abaixo, dois cavalheiros feridos e a Câmara em estado de alerta porque o caso veio levantar burburinhos sobre medidas de segurança que a companhia de construção, exercendo o seu direito democrático, tinha por hábito não seguir.
Voltam-se a erguer os andaimes mas um grupo de senhoras iradas, residentes naquela rua, decide aproveitar a ocasião para democratizar também o seu caso e fazer mostrar a sua total indignação para com as cortesias dos cavalheiros do cimento. O que só mostra uma total incompreensão linguística, diria eu.
Remate da história: a Câmara aquece as orelhas e decide mandar a casa para as urtigas por uns tempos até que os ânimos arrefeçam. Nisto explode a festa dos Tabuleiros pela cidade; a Câmara fica com poucas verbas e a casa mantém-se por ali com um lifting incompleto e cheia de ligaduras.
Estava melhor como estava antes.

Raios partam a Democracia...

Agosto

Do latim "Augustus", é o oitavo mês do calendário e é assim chamado por decreto do imperador César Augusto que não queria ficar atrás de Júlio César, em honra do qual foi baptizado o mês de Julho. Mas isso é história passada. O que interessa agora é que o Sol brilha, que os dias são grandes e que as ondas chamam por nós. Portanto não fiquem em casa a perder tempo ou a matar neurónios a ver Morangos com Açucar e afins. Peguem na prancha e atirem-se ao mar!

Conselhos Práticos para idas à praia


Cuidado com os escaldões



Levem apenas o necessário

Cuidado com o que pisam

E sobretudo, cuidado com os tubarões!!

Just Kidding... :)

UEEH - Universités d’été Euromediterranéennes des Homosexualités

Nada mais nada menos que um dos maiores, senão mesmo o maior, encontro de activismo lgbt europeu. Uma iniciativa que nasceu dos encontro inter-associativo do movimento lgbt francês mas que de ano para ano foi abrindo as suas portas para o resto da Europa e nos últimos anos também para o resto mundo. A cidade de Marselha, no sul de França, reúne assim anualmente mais de 600 activistas, gays, lésbicas, bissexuais, transgénero e intersexo (a intersexualidade tendo tido grande destaque neste ano e do qual valerá a pena falar de modo isolado nos próximos tempo, com certeza), em pólos de convergência de ideias de onde já nasceu, por exemplo, o projecto para o Dia Mundial Contra a Homofobia (17 de Maio) e o próprio plano de se criar as Panteras Rosas de Portugal tendo como inspiração as de Paris e do Québec.
Este ano estive presente como pantera e não podia com certeza deixar de fazer referência ao facto. Numa semana alucinada de debates políticos, álcool, ganzas e experiências sexuais, houve lugar para tudo, inclusive para ir à praia e percorrer Marselha.


No campus da Faculdade de Belas-Artes de Lumiy


O Mediterrâneo

Colóquio

Marselha



Concentração de protesto


Caso não tenham reparado, gosto de fotografar o que é belo.

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