Ao Tiago


Como a Democracia faz mover o mundo… dando-lhe uma volta e deixando-o no mesmo lugar.

Hoje, se não se importam, apetece-me falar de Democracia e nesse fenómeno que é a liberdade que cada cidadão tem para exprimir as suas ideias e opiniões.
Para mim, o lugar que mais me fascina quando observo a democracia em acção é a estrada. Na estrada não há descriminação. O automobilista, esse magnífico espécimen da família homo sapiens, não descrimina nem raça, nem sexo, idade, credo ou peso corporal. Quando dirige o seu veículo, em plena harmonia com o que o rodeia, o automobilista apita regularmente aos seus companheiros, dando-lhes indicações técnicas sobre as opções de marcha. Duma forma generosa e saudavelmente enérgica, são comuns indicações verbalizadas tais como "Sai da frente, oh palhaço!", "Prá próxima faz o pisca, oh urso!" ou ainda, " Passa por cima, oh #$%&@!".
Companheirismo, familiaridade, comunhão de ideias e técnicas, enfim, verdadeira harmonia democrática.
Mas não pensem que a democracia se encontra apenas no habitat das nossas estradas. A democracia é sinónimo de generosidade e de ânsia de comunicar. Vejamos os cavalheiros das obras. Fala-se muito na depressão das mulheres. "Ai, sou tão gorda!", "Nunca tenho roupa para me vestir!", "Estes sapatos ficam-me tão mal!, etc e tal…. Sinceramente não entendo o porquê de toda esta depressão. Se tudo o que uma qualquer mulher, de qualquer raça, de qualquer massa corporal, feia ou bonita ... pode e deve fazer, é passear-se por baixo de uma obra. Expressões terapêuticas tais como: "Oh booaaa!", "Boazona!", "Comia-te toda!", entre outras, são tudo o que uma senhora precisa para elevar a sua auto estima e eliminar quaisquer sinais depressivos. Repare-se como os cavalheiros são fraternos, realçando nas damas as sua verdadeiras qualidades espirituais e até expressando a sua própria disposição para se alimentarem dessas mesmas qualidades. E esse serviço à educação linguística é (temos que reconhecer) uma dádiva secundária dos senhores que, entretanto e pelo caminho, também constroem as nossas casas, os nosso edifícios e as nossas pontes. Ou não fossem eles um bom exemplo do que é a democracia em que hoje vivemos...

Ok, ao fim destas linhas já devem de estar a pensar: "Não percebo aonde é que este gajo quer chegar com esta retórica de treta!".

Eu explico.

Tudo remonta à uns meses atrás, num belo dia Inverno, pouco agreste, apesar do céu cinzento, em que dou por mim a deambular por Tomar, com a câmara fotográfica em punho, à procura de cenários bucólicos e caricatos para registar em película… ( “kodac, para mais tarde recordar…”).
De todos esses retratos, o mais melancólico e em sintonia com a época sazonal era o de um edifício com requintes de palacete em pleno estado de
degradação e ruína. Metia dó olhar para aquilo. A pobre casa suplicava por ajuda a quem olhasse para ela com olhos de ver. Portanto, tal como já fiz em outros casos, selei a fotografia em carta e esta foi direitinha para a Câmara Municipal, com uma nota em anexo da morada da casa e uma palavrinhas a dizer mais ou menos algo como “É uma pena o estado deste edifício estar a desfigurar a imagem de uma rua tão bonita. Tomar merecia melhor”.
Avançando uns meses, estou eu novamente em Tomar a passar novamente no local e “surpresa!, surpresa!”, a casa mostra sinais de avanço de obras. Mas algo está errado. Estamos em plena quarta-feira, a rondar umas 16 horas e não há viva alma no local a trabalhar. A interrogação para o facto actua como uma barreira que impede qualquer ideia de se fazer a dança da vitória.
A história que desvenda o caso veio mais tarde pela boca de amigos e parentes. Aparentemente a câmara notou que o edifico era de facto da sua propriedade há já alguns anos e que uma vez que 2007 era o ano do evento da festa dos tabuleiros, esta lembrou-se de realizar algumas obras de fachada naquele edifício para parecer bem aos olhos dos turistas. Até aqui tudo bem.
Ora um belo dia, dois cidadãos democráticos, em situação de entreajuda automobilística e num rescaldo de comunhão de ideias, viram-se de repente os dois, que nem eles próprios sabem como, a democratizar acidentalmente com os andaimes que servem de apoio aos tecnocratas do cimento e betão com a linguagem cavalheiresca.
Resultado, andaimes por ai abaixo, dois cavalheiros feridos e a Câmara em estado de alerta porque o caso veio levantar burburinhos sobre medidas de segurança que a companhia de construção, exercendo o seu direito democrático, tinha por hábito não seguir.
Voltam-se a erguer os andaimes mas um grupo de senhoras iradas, residentes naquela rua, decide aproveitar a ocasião para democratizar também o seu caso e fazer mostrar a sua total indignação para com as cortesias dos cavalheiros do cimento. O que só mostra uma total incompreensão linguística, diria eu.
Remate da história: a Câmara aquece as orelhas e decide mandar a casa para as urtigas por uns tempos até que os ânimos arrefeçam. Nisto explode a festa dos Tabuleiros pela cidade; a Câmara fica com poucas verbas e a casa mantém-se por ali com um lifting incompleto e cheia de ligaduras.
Estava melhor como estava antes.

Raios partam a Democracia...

Agosto

Do latim "Augustus", é o oitavo mês do calendário e é assim chamado por decreto do imperador César Augusto que não queria ficar atrás de Júlio César, em honra do qual foi baptizado o mês de Julho. Mas isso é história passada. O que interessa agora é que o Sol brilha, que os dias são grandes e que as ondas chamam por nós. Portanto não fiquem em casa a perder tempo ou a matar neurónios a ver Morangos com Açucar e afins. Peguem na prancha e atirem-se ao mar!

Conselhos Práticos para idas à praia


Cuidado com os escaldões



Levem apenas o necessário

Cuidado com o que pisam

E sobretudo, cuidado com os tubarões!!

Just Kidding... :)

UEEH - Universités d’été Euromediterranéennes des Homosexualités

Nada mais nada menos que um dos maiores, senão mesmo o maior, encontro de activismo lgbt europeu. Uma iniciativa que nasceu dos encontro inter-associativo do movimento lgbt francês mas que de ano para ano foi abrindo as suas portas para o resto da Europa e nos últimos anos também para o resto mundo. A cidade de Marselha, no sul de França, reúne assim anualmente mais de 600 activistas, gays, lésbicas, bissexuais, transgénero e intersexo (a intersexualidade tendo tido grande destaque neste ano e do qual valerá a pena falar de modo isolado nos próximos tempo, com certeza), em pólos de convergência de ideias de onde já nasceu, por exemplo, o projecto para o Dia Mundial Contra a Homofobia (17 de Maio) e o próprio plano de se criar as Panteras Rosas de Portugal tendo como inspiração as de Paris e do Québec.
Este ano estive presente como pantera e não podia com certeza deixar de fazer referência ao facto. Numa semana alucinada de debates políticos, álcool, ganzas e experiências sexuais, houve lugar para tudo, inclusive para ir à praia e percorrer Marselha.


No campus da Faculdade de Belas-Artes de Lumiy


O Mediterrâneo

Colóquio

Marselha



Concentração de protesto


Caso não tenham reparado, gosto de fotografar o que é belo.

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