Deambulando pelo Porto durante as comemorações do 4º Aniversário da rede ex aequo

Porto.
25 anos feitos e não conhecia o Porto. Bem, neste último fim-de-semana passei a conhecer. E como!! Cerca de quatro horas a percorrer ruas e vielas do Porto num jogo de Peddy Paper deu para apreciar as vistas do Porto, em todos os seus encantos e defeitos.


Acabamos por concluir o Peddy-Paper por volta das 8 e tal da noite...


Pontos máximos do fim-de-semana:
- A companhia, pois claro, de todas as cerca de 50 e tal pessoas que foram ao encontro;
- A arquitectura soberba e majestosa de alguns edifícios e espaços com destaque para a deslumbrante Avenida dos Aliados, a Baixa do Porto e a zona Ribeirinha;
- A noite LGBT do Porto. Estou agradavelmente surpreendido com o Bar Lusitano e o Boys'R'Us
- “Francesinhas”, bombas calóricas é certo, mas boas;

Pontos menores:
- As cores do Porto. É uma cidade onde domina o cinzento e a degradação arquitectónica de grande parte da cidade.
- A rivalidade Lisboa-Porto que deu logo provas da sua existência nos primeiros 20 minutos de chegada à cidade. Acabávamos os cinco (João, Carlos, Marco e eu) de entrar no Metro do Porto, na galhofa e a fazer comentários humorísticos entre nós sobre o nome das estações do metro e do facto deste não ser totalmente subterrâneo quando, do nada, implode um individuo furioso sobre o João, ofendido porque tomou as palavras dele como insultos ao Porto, o que não era o caso! Mas não foi isso que fiquei mau impressionado com os portuenses, muito pelo contrário. Deram-me provas de simpatia e atenciosidade que nunca encontraria por lisboa. E isso é dizer muito;
- Apesar de tudo foram só dois dias e nem cheguei a entrar na Casa da Música nem a visitar os jardim do Palácio de Cristal.

Carlos, João e Eu na famosa livraria Lelo. O Marco ficou atrás da câmera.


Mas falando em aniversário da rede ex aequo. Para quem ainda não conhece, a rede ex aequo é uma associação portuguesa para jovens LGBT's (lésbicas, gay, bisexuais e transexuais) que funciona a nível nacional. Comemora este ano o seu 4º aniversário e nesses últimos quatro anos tem-se dedicado a combater o isolamento e a homofobia e criar grupos de convívio, apoio e trabalho para jovens LGBT dos 16 aos 30.



Para mais informações sobre a rede e o seu trabalho aconselho vivamente uma visita ao seu site e uma passagem pelo seu fórum, único no género em Portugal.


O cartaz é da autoria do Armindo (aka Arms_Pt)

Site: http://www.ex-aequo.web.pt/



David

Neo-Salazarismo e as suas tentativas de ressurreição da Múmia Fascizóide

Salazar venceu o concurso/programa da RTP1 «Os Grandes Portugueses» com 41% dos votos. O ditador, o déspota, o fascista é o maior português!!
Portugal está doente.
Ando eu a exaltar o progressismo intelectual do país e depois arrebentam-se à nossa frente amostras de idiossincrasias contraditórias como esta. É o que dá levantar um escrutínio, de todo ele ridículo, para dar a oportunidade a interessados salazaristas decadentes para se unirem e mostrarem ao País que ainda por cá andam.
“O maior Português”, sinceramente!
Eu culpabilizo o dito concurso que se criou sem razão de ser e sem sentido nenhum. Sim, porque uma coisa é o teor documental do programa, outra coisa é a eleição em si. Qual foi a ideia de se por a comparar individualidades de diferentes eras, diferentes campos e diferentes crenças que de pouco ou nada têm de similar entre si?
Sinceramente como é que é possível afirmar que o Vasco da Gama foi melhor que o Fernando Pessoa, ou vice-versa?
E como é que põem na mesma estante indivíduos que são a contraparte de um e do outro? Aristides de Sousa Mendes salvou 30 mil pessoas dos horrores dos campos de concentração. Salazar, outras tantas deve ter preso, torturado e mandado matar se contabilizarmos os milhares de soldados mortos em infames campanhas de guerra por África.
E quem é o melhor? Salazar, aparentemente.

Depois de Domingo já realmente não me espanta ler certos comentários com ares de insurreição ao actual poder constituinte e à ordem político-social da actualidade; como esta pequena pérola que apareceu no “PortugalDiário” de hoje:

"O 25 de abril (dia negro da nossa historia) deixou tudo por agua abaixo. Para proveito de ums (traidores) o desmantelamento de toda a nossa organização serviu para alimentar a maquina comunista e a sua raiva para destruição de tudo (técnica da terra queimada).40 anos depois Salazar esse grande HOMEM, é reconhecido por todos as suas qualidades, o museu deve ser já feito, como memória de um grande português que ainda hoje alimenta com muito dinheiro os que venderam o pais ao estrangeiro."


Eles andam aí

David

Regresso das Aventuras de Capa, Espada e Sweatshirts da Dolce & Gabbana

Como o tempo corre e decorre num piscar de olhos e como muita coisa muda nessa pequena fracção de tempo…
A quase 5 meses do último post eis que este blog procura ganhar de novo vida com um aspecto renovado e uma nova atitude, mas com o mesmo sentido posh, perspicaz e perfeitamente banalíssimo ou sério que sempre pretendeu ter para com tudo aquilo que nos rodeia e afecta.
A mudança imponha-se e não apenas pela necessidade de inovação após incontáveis meses e meses sem internet. Impôs-se porque à nossa volta o mundo foi-se alterando e nós fomos nos alterando com ele.
O País, por exemplo, não será certamente o mesmo após o último referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez (desagrada-me a palavra “aborto”). A vitória do Sim, ainda que dúbia face à superioridade númerica das abstenções, não foi só um aceno de consentimento popular a uma matéria de lei para a dignidade da mulher, da manutenção da saúde e da vida; traduziu-se também num sinal de crescimento de consciência social num país que às vezes se mostra preso e enraizado a velhos e caducados valores que já não encontram praticabilidade nenhuma. Foi com certeza um abrir de portas para a partir daqui se por em discussão outras matérias anteriormente consideradas tabu como, nomeadamente, o casamento civil homossexual.

A um nível mais pessoal, a mudança veio sobretudo em dois aspectos:

Primeiro, no fim da relação entre mim e o Marco. Digo da relação mas não da parceria porque a amizade essa perdura. E outra coisa não podia deixar de ser! Por minha parte só tenho a dizer que é muito bom contar com ele para o que der e vier. O Marco é extremamente dinâmico e divertido (excepto quando se arma em idiota :-p ), um amigo sempre presente e com quem se pode partilhar mil e uma trivialidades. É com certeza uma das pessoas mais importantes da minha vida e uma daquelas que eu gosto mais de ter ao meu redor. Upa, upa! Agora é que lhe vai subir o ego.

Segundo, a emancipação da minha pessoa que saiu da casa dos papás para vir viver uma vida de maior independência, mas também de maior responsabilidade.
Depois de um mau ano de um ambiente familiar extremamente pesado após a penosa separação dos meus pais, a alteração de ares avizinhava-se como uma bênção. Mas a transição não foi fácil. No meio de chantagens emocionais dos familiares para não deixar o lar materno, preocupações para arranjar equipamentos e serviços (àgua, luz, gaz, net,net,net) de modo a tornar a nova casa habitável, preocupações com contas, e outras preocupações e outras e outras e outras… foi quase de perder a cabeça.

Mas depois da turbulência, a bonança e o equilíbrio restaurado. 2007 promete ser um ano em grande pelo que ele me já tem dado nestes primeiros meses. Novos desafios, novas maneiras de ver e viver o mundo ao seu ritmo… e nova família de amigos para partilhar as vivências domésticas.


L3g. Uma casa, três gays e uma lésbica. É de facto muita homossexualidade junta! Mas não que isso seja mau. É tão divertido como entediante andar sempre a esconder todos os vestígios de homossexualidade da casa sempre que decidem aparecer familiares ou visitas desinformadas.


Da esquerda para a direita: Armindo (aka Arms.pt), Ângela (aka Ângela), David moi-même (com um cabelo mais realista; só por alturas do verão é que se torna um pouco arruivado mas mesmo assim a versão anterior caía no exagero) e Carlos (aka SafeLight). Só falta mesmo a Frida e o Miró, os dois gatos da casa. Algo que só me dei conta quando terminei o desenho. Ficará para outra ocasião.


David

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