ontem em jeito de pedido
combinamos o inicio das nossas tertulias
tertulias entre amigos,
amigos que de tão meus
quero, anseio que sejam teus
que te adoptem e que tu os adoptes

agora ainda só vivo com medos e receios
o que é que queres? sou um puto!

não te posso [não consigo] revelar [te] por inteiro
mas quero e vou te descubrindo de mansinho
até seres completamente visivel em mim
e assim o "eu e tu" se esfumar e se criar um "nós".

o meu porto

O fim-de-semana foi vivido ao longe, eu e tu separados por quilometros.
Três dias?! são só três dias - pensei. marco não exageres!

Mas o Porto trouxe-me vontades, desejos e sonhos que queria viver contigo.
Não sei se foi saudade o que senti, mas sei que me fizeste falta.
E mesmo sabendo que tu estarías, permanecerías aqui à distância de click ou de uma chamada, eu queria-te lá.

Ficaste aqui à minha espera, como sempre o meu porto de abrigo. O lugar em que quero rir como criança, sonhar e chorar como criança.

Ficaste... e eu levei-te no meu interior, na minha pele e tecido.
lembrei-te e quis-te + ...
Em cada rua cinzenta, em cada prédio em meus sonhos recuperado
em cada copo de porto, em cada riso de partilha e em cada momento de vontade ser +

ascendendo ao paraíso


lisboa vista de roma



...passados alguns dias do contracto assinado
a vizinhança começou a verificar que gente nova tinha chegado.
o apartamento iria ser ocupado.

O apartamento iria dar, aquele prédio cinquentenário, mais 4 novos inquilinos e + outros ocupantes.
que ironicamente, vieram aumentar a heterogenia do bairro.

O primeiro a ser ocupado foi o "última porta à esquerda", depois veio, de forma intermitente, o "última porta à direita", quase de seguida o "primeira porta à direita" e o "segunda porta à esquerda" ainda espera.
Os dias ainda são vividos a meio gás... neste caso, devido ao exaustor ferrugento, é mesmo a nenhum gás[o exaustor ligado apaga a chama do esquentador. consequência os senhores não instalaram o gás e o pessoal chimpou os euritos]
sem gás, fogão e frigorifico a vida daqueles não é mel.

Mas também não se queixam muito, houve jantar e cinema na última 5f, todo cozinhado no micro-ondas e visionamento no "primeiro à direita".
Eu como me ando a portar muito mal, e não tenho praticado o suficiente, decidi ir para a cama + cedo, e assim faltar ao primeiro jantar no "le apartment"

o Apartamento está cheio de pequenos detalhes que são a história do prédio e da gente de lá.
Perco-me pelo elevador forrado de uma madeira vermelhe e espelhos brilhantes, escalando a média-luz os vários andares até aos quartos.

Os quartos têm aquele soalho, tacos demasiado envernizados, zigzagueando pelo chão do apartamento.
As janelas são grandes e mostram-nos como se vê lisboa de roma. Está-se no fundo de roma, mas a vista é maravilhosa.
Deixo-vos pequenos retratos


:: picnic mães e pais LGBT . crianças e amig@s
:: 29 de Outubro - Lx




juntar de novo crianças com pais e/ou mães LGBT - familia, foi uma idéia que surgiu logo após a última actividade do género, contudo, foi sendo continuamente adiada porque entre as férias, trabalho e criançada, o tempo escasso muitas vezes voa.

Em 2006 realizaram-se já duas actividades:
um Encontro sobre Homoparentalidade, no Centro Comunitário Gay e Lésbico de Lisboa em Março, que teve cerca de 30 pessoas, animadas e conversadoras, entre mães e pais actuais e futuros, filh@s e net@s de LGBT, pequenos e já mais crescidos;
e em Maio, um animado picnic ao ar livre.

Ora, a ideia é mesmo dar continuidade a este tipo de eventos, tornando-os regulares e aproveitando a partilha para se construirem redes de apoio [in]formal. Gostaríamos de, aos poucos, alargar a rede a outras cidades e outro tipo de partilha/eventos, para onde quisermos ir. Assuntos sobre a legislação/escola, entre outros, estarão presentes entre os temas a partilhar neste tipo de eventos.

Para voltar a reunir este grupo, cada vez com mais gente, desafiamos tod@s @s interessad@s a juntarem-se a nós num encontro para crianças e adultos, em Lisboa, em que haverá espaço e boa disposição para troca de histórias e experiências.

Gostaríamos também de criar uma mailing list [informal] para os participantes e interessados para que seja um espaço que permita dar continuidade a cada evento e onde se possa debater questões do nosso dia-a-dia.

QUANDO: Dia 29 de Outubro, domingo, a partir das 14:30

ONDE: no Jardim dos Moinhos de Santana, à Ajuda, se a metereologia ajudar.
Enviaremos mapa aos interessados.

Para mais informações e ** para confirmar presença ** por favor enviar mail para:
Manuel Amaral ::
marilgapor@yahoo.com
Sara Martinho ::
cacaoccino@yahoo.com.br

Por favor ** divulguem ** por mail, sites e blogs possíveis para chegarmos aos eventuais interessad@s.

Até domingo, dia 29. APARECE!

somewhere em Roma



de chaves na mão
resta-nos embrulhar, em papel fruta-cores
[amarelo...verde-limão...azul-mar]
os sonhos, os anseios e receios que sempre criaste::criámos
que ouvimos, partilhamos e alguns, até já vivemos.

um cantinho em roma para viver lisboa.
vou subir-descer aquela avenida vezes sem fim
e não me cansar nem das pedras da calçada,
nem dos jardins e vida que a ela se prenderam

vai saber bem pegar em nós e descermos num
domingo de chuva até ao maria matos e ficarmos
a ouvir jazz a tarde fora.
ou num sábado demanhã corrermos no jardim do hospital.
vai saber bem estar contigo.

quero que este sitio seja para ti...
um lugar acima do arco-iris, onde céu está sempre azul
onde todos os teus problemas se derretem como caramelos de limão
e onde os teus sonhos + profundos tem sempre tempo para se realizar
quero que ele acima de tudo transpire esta musica e
todos aqueles sentimentos e arrepio que ela nos f az sentir.

Uma abelha, dessas que dizem ser italianas, entrou pela janela, obstinou-se em escolher-me, poisa-me no ombro, descansa de seus trabalhos. Lisonjeado com aquela preferência, comecei a amá-la devagar, retendo a respiração, com receio de que não tardasse a dar pelo seu engano, que cedo viesse a descobrir que não era eu a haste de onde se avistavam as dunas. Mas o seu olhar tranquilizava, era calma ondulação do trigo. Agora só uma interrogação perturbava a minha alegria - comigo, como é que faria o seu mel? - Eugénio de Andrade




História de Verão - este foi o conto que escolhi para levar ao acampamento, na ilha do pessegueiro.
Foi "o" conto que me fez pensar sobre grande parte da minha vida, e que me ajudou a sair do meu mundo. Lembro-me que fiquei triste pela abelha, mas tb sei que ela encontrará o seu porto de abrigo.
Hoje acolho e aceito cada dia, cada pensamento e cada sentimento como algo ainda por descobrir - mágico.

sois de mudança

o semanário Sol tem dado, nestas suas primeiras tiragens, importância a temas associados a diferentes orientações sexuais.
tem ido à fonte e tentado acompanhado a realidade.

O semanário, geralmente, apresenta os seus textos de forma imparcial e informativa, tentando sempre, dar espaço a quem realmente se sente orientado de forma diferente.

esta noticia do Fialho Gouveia, aborda a questão muito pela rama, mas já o faz + que os restantes media. fala de uma série de tv e de um caso real.

para lerem carreguem sobre a imagem, que esta aumenta de tamanho.

















Habitar Portugal 2003/ 2005

Mostra de obras de arquitectura construídas por arquitectos portugueses, em Portugal e no estrangeiro, entre 2003 e 2005. Esta proposta leva-nos a habitar um país e apresenta-nos como missão da arquitectura a criação de condições de vivência, quer no espaço privado quer no domínio social.

A exposição propõe uma síntese do universo da arquitectura portuguesa: da pequena à grande intervenção, da habitação unifamiliar ao complexo residencial colectivo, do espaço privado ao público. Dá-se a conhecer cerca de vinte obras de arquitectos portugueses, construídas em Portugal (essencialmente na região Centro) e no estrangeiro (em Macau, Canadá, Inglaterra, Alemanha, Áustria e Bélgica), entre 2003 e 2005. A selecção dos projectos é da responsabilidade de um conjunto de
personalidades do mundo da arquitectura. Foi processada a nível regional, possibilitando identificar as diferentes realidades arquitectónicas do nosso país. Estão representadas, entre outras, obras dos arquitectos Álvaro Siza e Gonçalo Byrne, Eduardo Souto Moura, Manuel Graça Dias e José Egas Vieira, e Nuno Brandão Costa.

Com o sol de ontem, decidimos tirar a tarde só para nós. Gastarmos as horas só em nós. Tinha sugerido o world press photo, mas como ultimamente, o tema que mais nos ocupa é habitação, mudámos de tema e rumámos até ao Habitar Portugal.

De entre muitas maquetes sublimes, havia outras que nos pareciam um atentado ao bom gosto. Sim, ficou comprovado que o betão armado é "a" matéria-prima do século XXI. Tudo bem, com todas as outras matérias-primas carissimas, para as obras de hoje em dia, o betão é um verdadeiro pau de dois bicos, útil mas, por vezes, tosco.
O que interessa, é que não há nada que desculpe 30 metros de altura de puro betão em tom laranja-tangerina ou azul céu, mesmo que o edificio se chame - teatro azul.
Descurando estes aspectos agri-doces, a exposição foi muito boa. O ccb apesar, de feio, tem muitos recantos a descobrir.

Obrigado pela tarde [e pelos pasteis de belém, que devoramos como se não houvesse amanhã]



Nesta nova temporada, a Fundação Calouste Gulbenkian volta a apostar na educação através da música e propõe oficinas de elaboração de instrumentos musicais, concertos comentados e oficinas para todos os gostos e idades.

Eu já estive a espreitar o calendário e na minha agenda aparecem vários cursos livres que não quero perder, entre uma ou outra oficina que me está apetecer arriscar.
Os responsáveis são músicos e musicólogos de alto gabarito (escusado será dizer quem é o responsável pela área de piano - Filipe Melo, claro!) e as propostas são tão diversas que o difícil vai ser escolher.


[Para mais informações, cliquem na imagem]
E boas descobertas!
post retirado o blog de uma grande amiga, a lua!

uma doideira
um lufa-lufa
em busca da casa maravilha [de + 1a]



este mundo anda doido. pelo menos o deles anda!
um lufa-lufa desenfreado nas procuras de emprego, casa e outros rumos de vida.
mas algo just fab está para acontecer ... a existência de uma nova casa super mega hiper whooper dooper LGBT ok.. L3G :p
[meninos dvd e branquinho, uma pantera e um vidente... vai ser "pafect"]
digo.vos isto está uma verdadeira loucura,

oh marco! tu que percebes disto, 120 m2 é bom?
olha lá! o alto da escaravilheira tem estação de metro?
Pega já no jornal e selecciona os T4 que achares melhorzinhos!
como eu sofro na mão deles, lol.
[como a minha mãe me diz "quem não te conheça que te compre"!]
Foi assim o jantar de sábado na casa lgbt:
Um fantastico alho francês e cogumelos à braz acompanhado de vinhos e.... jornais e telemoveis para ver se arranjavamos uma visita guiada ao potencial t4 "aqui vou ser feliz"
Entre umas casas já arrendadas e outras que ficaram adiadas passamos uma noite calma, a saborear o pouco descanso.

Hoje a vida reservou-nos + novas sensações.
O david teve o seu primeiro dia de trabalho :: das 9 às 13 a fazer inquéritos/questionários e eu tive a minha primeira aula do curso geral de jazz :: o prof é fantástico e o meu primeiro de trabalho de casa é passar a semana a ouvir Erroll Gardner [um pianista por semana].
O resto da semana vai ser em demanda e visita das casa encantadas.
Desejem.nos sorte [eu n vou viver para lá, mas quero msm que lhes encha as medida]

sniff...podia ser esta!

Uma maneira de dizer que te amo...

David Erif

Nova Equipa coordenadora. Peregrino coordenador e Introspecções passadas

Ontem, passado um ano, deu por terminada a minha função como coordenador do grupo ex aequo lisboa, grupo integrante da associação juvenil, “rede ex aequo”, para jovens LGBT dos 16 aos 30 anos.

Hoje foi o Peregrino a assumir o cargo, juntamente com uma nova equipa que irá desempenhar a função durante o próximo ano. Aos cinco, e em especial ao Peg, (off course!), aqui ficam os meus votos de um excelente desempenho. O que acontecerá certamente ou não os conhece-se eu de ginjeira!

Com o fim de um período dei por mim a fazer uma retrospecção a post meus, escritos no fórum da associação, durante o ano passado. Aqui fica um deles:


"Luta Interior

Tenho consciência social e não sei o que fazer com ela.

Há milhares de crianças a morrer de subnutrição enquanto no edifício central da Onu cerca de 1140 indivíduos passam horas, dias, semanas e anos, a falar da pobreza mundial, sem nada fazer…. 1140 pessoas num edifício que custa 10 milhões de euros por ano só a manter…a falar de pobreza.

Um miúdo morre de subnutrição a cada cinco segundos.


Calço 1 ténis. Um miúdo morre.

Inspiro fundo. Um miúdo morre.
Olho para a parede e penso. Espera. 25 segundos. Quantos é que já morreram?

Dou por mim a preso a imagens que não desejo ver. Ao almoço. Ao andar pela rua... Que raiva tenho por vezes de sentir-me em mim.

Quando um dos meus amigos morreu, ocorreu-me mais tarde: do momento da colisão até ao seu último suspiro cerca de outros 8100 foram com ele.
Foi um acidente. É tudo um acidente. Mas quantos morrem a desejar que as coisas tivessem sido diferentes? Que vidas não estão dependes de outras?

E eu meto-me no pc a escrever sobre isso… uma máquina que me custa talvez 2 euros por dia, quando meio mundo ganha menos que isso ao dia…

E porquê é que raio isso me preocupa? Queixo-me porquê? Como me posso queixar? Como é que posso dizer que o que digo tem algum significado?! Que o que sinto merece alguma atenção face a tudo o resto?

Preocupo-me com os meus amigos que passam por momentos difíceis…

Mas 3 biliões de pessoas vão passar o dia a beber água não potável, se conseguirem alguma…
E eu quero preocupar-me com tudo e todos… mas como posso?
Aonde é que eu posso delinear uma linha?... Aquelas pessoas merecem piedade. Aquelas merecem ser chamadas à atenção.

Talvez seja eu que precise de uma chamada de atenção para parar de me preocupar tanto.

A mim deram-me o mundo de bandeja. Porquê? Porquê é que eu mereço uma bandeja quando há pessoas cujas refeições parecem-se com os restos que deixo no prato?

Gostaria de dizer que não quero nada. Dizer que renego tudo o que tenho. Que o conseguiria fazer.

Mas não acho que consigo…. Gosto dos meus privilégios e isso incomoda-me.

Porque é que tenho uma consciência social?


8100 crianças devem ser morrido enquanto eu me entretenho a pensar sobre elas.

Escrevo esta linha. Um miúdo morre..."



Aproveito para pedir: Junte-se a mim na luta contra a Fome Mundial! (clique no link)

Obrigado.

As folhas já começam a cair das àrvores... é sinal que

David Erif

a banda sonora do dia




não fomos à ponte... mas passeamos e andamos por aqueles relvados todos.
encharcamos os pés
deitamo-nos no pontão
conversamos à chuva
e ainda comemos gelado ao som de yann tiersen.

hoje é a minha banda sonora do dia

"Two Guys on the Run"... ou não

David Erif

em relação ao festival... ui

Tens mesmo de arranjar o electroshock. Não dá para perder.
Quando tive o programa na mão, o electroshock e un año sin amor foram dos primeiros titulos, a serem seleccionados com um círculo encarnado.

Infelizmente não vi nenhum deles, ainda por cima, o filme argentino foi distinguido com o prémio de melhor longa-metragem. [sun, bem que podemos dizer - shame on us :/]
Apesar de ter estado ausente, na maioria da temporada, ainda consegui ir ver a sessão de curtas - Playing a Part e o Brokeback Mountain [eu ainda não tinha visto, acreditam?]

em relação ao brokeback...

[antes de +, continuo a concordar com o oscar de melhor filme para o crash]

nem sei o que dizer...já que todos sabem que conta uma história de amor, de um amor proíbido pelo tempo e pela mentalidade. falo daquilo que pensei e que senti.

O filme despertou multidões para a nossa existência. Acredito que ainda muitos ignoram que existem diferentes formas de ser e amar. Mesmo o sabendo, as suas vidas não se encontram [aparentemente] em contacto com esta diferença, e por isso, agem ignorando. O filme obrigou muitos a aceitar e a compreender as diferenças e as semelhanças - amamos os mesmos géneros, mas o que sentimos quando amamamos, é amor.

Adorei o filme. Lembro-me de amigos me terem dito que o achavam um pouco duro e outros apaixonante, que se tratava de amar e de querer sempre mais. Senti as duas coisas e +.
. tensão que existe quando se é obrigado a estar com quem se ama, apenas 2 a 3 x's por ano.
. desejo de querer sonhar, planear e desejar o mundo com essa pessoa, e toda sociedade o dizerem não, muitas vezes pela própria boca de quem é amado.
. tristeza de se anularem, reprimirem, viverem somente uma parte de si, como no mona lisa smile - lá por estar a sorrir não quer dizer que seja feliz.
. raiva::tristeza::decepção por não terem conseguido libertar-se dos seus medos e por agirem de uma forma que eu não agiria, talvez por viver em 2006 e não há cerca de 30/40 anos. Não consigo explicar, mas senti penas das familias deles, que nunca viveram na verdade e que sempre sonharam com base no que lhes era representado. É verdade que eles os dois sofreram, mas arrastaram mulheres e filhos. Lembro-me de ter ficado passado, quando Alma viu os dois juntos, mas também não dá para os julgar.


Felizmente vivemos em 2006, e pertencemos a uma nova geração lgbt. Por já podermos viver em conformidade com aquilo que sentimos.
o filme está excelente por isso. Por mostrar o que é viver em dois mundos diferentes. Os dois mundos de Jack e Ennis e nenhum deles o verdadeiro.

Hoje em dia, não pode fazer sentido, continuar a existir esta dualidade. Viver em dois mundos diferentes, num esconde esconde. A vida quer que sejas feliz, mas tu tens de ser honesto com ela e contigo. Mas isto é outra coisa que falarei...

[as curtas ficam para amanhã, que tenho de ir dormir]

m peregrino

Recordações da Ilha do Pessegueiro

O nosso agradecimento ao Lusitano pelo fantástico desenho
m peregrino

Electroshock e as Mulheres que não sabem estacionar

Vou somar mais 1 à lista de filmes vistos no festival Gay e Lésbico de Lisboa (Hurray for me!!). Conhecimentos na organização do festival (muito obrigado Cassilda Pascoaes) levaram-me a ir ver a sessão de encerramento, ao custo mínimo de zero euros. Filme escolhido – “Electroshock”, de Espanha e rodado em DV (único senão para mim. Nunca desapareças película, por favor!). Um filme lésbico com uma história extremamente tocante. Eu, que nem uma lá lágrima vertera pelo Brokeback, vi-me neste a ter que limpar uma ou outra a meio da sessão. Pieguices, pieguices, pieguices….verdade.

Componhamos o cenário: Espanha, 1973. Com Franco ainda no poder, o conservadorismo e as convenções tradicionais não são apenas escolhas. São leis, que punem todos aqueles que as infringem, como a homossexualidade, que dá pena de prisão. Neste ambiente vivem duas mulheres (adultas) que o acaso e o desejo as levam a irem viverem juntas. O infeliz resultado desta acção leva a que sofram uma separação forçada pela policia e pela própria família de uma delas que a interna num asilo psiquiátrico. Submetida a um tratamento de terapia de choque durante 4 anos, ela acabará por sofrer, durante toda a sua vida, as repercussões desse tratamento. Mesmo quando ambas se voltam a reencontrar. Mesmo quando tem a felicidade assegurada...
… e se acham que já contei o filme todo enganam-se porque o filme ainda é mais do que isto.
Tenho, sem falta nenhuma, ver se o arranjo.


E continuando no feminino, acabei de ser informado que uma marca de cerveja italiana (Peroni de nome) lançou um anúncio comercial televisivo que goza com o estereótipo sexista e sem fundamento de que as mulheres não sabem estacionar o carro (e conduzir, por adjacência). Segundo consta, o anúncio começa por mostrar uma mulher do século passado que não consegue estacionar a sua carruagem de cavalos, enquanto é observada por dois homens que bebem cerveja Peroni. Passam depois cem anos e a situação repete-se com uma mulher dos dias de hoje. O anúncio termina o lamentável slogan: “Felizmente, há coisas que nunca mudam”….
Verdadeiramente infeliz, dispensável e completamente ignóbil.
É claro que o anúncio não deixou as vozes da consciência indiferentes e uma advogada (Laura Vasselli, para que conste) entrou de imediato com um processo judicial contra a dita marca com base em preceitos discriminatórios.

Gosto de histórias que acabem bem.
:)

David Erif

A propósito do Festival Gay e Lésbico de Lisboa

Já este se dirige à sua recta final e a contagem de número de filmes vistos resume-se ao um patético “1”! E AINDA POR CIMA…ao mais comercial deles todos… Sim, o “Brokeback Mountain”… (Que a cólera vingativa dos adoradores pagãos do cinema Indie, não se abata sobre nós!).

Pura falta de tempo e disponibilidade para seguir com a afincada pontualidade o programa do festival, é essa a única razão explicativa.

Digo adeus à curta “Le Fabuleux Destin d’Amélie Putain", que sendo boa ou má (não sei) era o filme que tinha, simultaneamente, o melhor e o mais ridículo titulo do festival. E também ao filme português, “Doutor Estranho Amor” de Leonor Areal, que afinal já conheço à uns tempos. Para quem viu o filme e queira dizer-lhe algumas palavras, pode sempre consultar o seu Blog –» Aqui!


Só um à parte: acho que continua a ser uma tremenda falta de desconsideração chamar ao festival “Gay e Lésbico de Lisboa”, excluindo tanto os bissexuais, como os transexuais, que sempre marcaram presença em todos os festivais que se organizaram. Acho que já era altura de se pensar em re-nomear o titulo do Festival.


Sobre o “Brokeback”… não há muito para dizer, o filme já foi suficientemente escrutinado com mil e opiniões contrárias, e amplamente analisado, tanto no seu sentido artístico e na qualidade de mérito técnico, como na qualidade de produto cultural e sociológico, reflexo de uma nova mentalidade social em relação à homossexualidade.

Portanto, não vou acrescentar mais nada. Nem me apetece!

Agora, se gostei do filme? Gostei de o rever. O Peg é que ainda não o tinha visto portanto só ele poderá dizer qual foi a sua primeira impressão do filme. Eu, ao fim de 4 repetições, já há muito que a perdi. Mas ainda sustenho a minha convicção, contrária a todas aquelas opiniões que dizem que se o filme não fosse de temática homossexual, não teria nenhuma particularidade especial. Seria apenas uma história romanceada, comum a muitas outras. Completamente Errado! Não seria possível contar a história de um romance heterossexual, exposto à mesma igualdade de circunstâncias decorridas no filme. E se lhe falta a visão shakespeariana de um filme “à la Titanic” é porque a história não segue a espectacularidade, mas sim uma vertente real de algo muito perto do verídico. E isso, desculpem dizer-vos, é o que torna o filme belo.

Por mim, muito obrigado Sr. Ang Lee por ter trazido a um público tão vasto uma história de amor tão concreta e simples, igual a tantas outras, mas diferente das demais e que acabou por levar tantos portugueses a irem ver, pela primeira vez, um filme gay.

David Erif

Apresentação de Marco Peregrino


Poema a Peregrino:

Peregrino, como escolhes tu
As estradas por onde a felicidade corre?
Os caminhos por onde a saudade foge?
Os trilhos que te hei-de acompanhar
E a via que me leva a te amar?

Percorres rumos sem alcance
Eterno guerreiro viajante
Que de espada em punho, desafia mundos
Sempre em frente, sempre avante

Como sabes tu os atalhos a percorrer
Para a alegria encontrar?
Que sábio em ti sabe compreender
Os segredos que me impelem a te beijar?

És o nómada que vagueia a minha imaginação
Que percorres os todos os espaços
Todos os espaços, do meu coração

És tu o fogo que arde sem se ver
Uma faísca que se incendeia
A chama ardente que vagueia
E que queima sem doer

Por ti percorro também o mundo
Lutando sempre ao teu lado
Feliz por saber seres meu,
E por ti ser amado

É lamechas... eu sei... :)

David Erif

O Tempo Muda…. Muita Coisa!

Lembro-me de dizer “Não gosto de Blogs”, repetidamente e constantemente, sempre que me perguntavam se tinha um.
Porquê? Bem… porque os considerava como espaços sem utilidade nenhuma, aborrecidos ou com pouco interesse e usados por gente de grande ego que gosta de expor a público a sua vida privada. Era da opinião de que por 1 blog de conteúdo sério, pertinente e verdadeiramente enriquecedor, havia 500 outros cheios de historietas inspiradoramente iniciadas com frases mágicas, do género: “hoje dormi com peúgas” ou “acho que o meu nariz está maior do que ontem”. E a verdade é que não estava errado. Existem milhões de blogs preenchidos e decorados com histórias como essas, pelas quais vive e sobrevive o universo da blogosfera. O que estava errada era a minha opinião sobre esse universo e sobre essas histórias. Por outras palavras, estava enganado quanto ao valor da blogosfera.

Hoje, depois de, muito lentamente, ter submergido e mergulhado em mundos alheios, sei afinal o que é a blogosfera. É a ferramenta supra-sumo da liberdade de expressão, tal como a sociedade contemporânea a compreende. É dela a expressão das massas diligentes e sonhadoras que dão forma ao presente e fazem antever o futuro. É a porta- voz e o estandarte de milhões de inconformados e mil e um conformistas. É a confidente zelosa de alegrias, mágoas, crenças e dúvidas. E é o rosto de biliões que diariamente educam o mundo com a narração das suas experiências.







A todos eles, a minha saudação e o meu obrigado pessoal por partilharem comigo as vossas vidas. Graças a vocês, hoje sou um Humanista.









.... a propósito, ontem sem querer, acabei por dormir com peúgas

David Erif

Como tudo começou...

"a porta abriu-se e paramos os dois, ficamos espantados com essa aurora. era preciso respirar antes de avançar. a noite tinha sumido, o seu mundo desaparecera na sombra do novo luzeiro.
e assim tive que me adaptar a esta nova moldura, pôr uma cara diferente e aceitar o falso retrato.

subi aquela rua calado. queria ter-me despedido no escuro, percorrido lisboa na penumbra e habituar-me, gradualmente, à mudança do astro.
mas não foi assim, a noite foi embora e a luz voltou, trazendo com a sua transparência, o meu fardo e a minha mentira, fazendo-me crer que a magia tinha sido apenas ilusão

mas aquele beijo roubado, fugidio, foi algo que me fez crer e sonhar

m peregrino

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